Que fatores perversos são esses, que fazem hoje as entidades nacionais, patrimônios da história, viverem uma crise que a muito deixou de ser uma crise de representatividade, chegando a ser uma crise de legitimidade.
Além das dificuldades intrínsecas à sua lógica, o movimento enfrenta um problema comum a todos os movimentos sociais: a conjuntura desfavorável à organização coletiva. Todos os movimentos sociais sofrem, cotidianamente, um refluxo, a dificuldade de organizar as pessoas numa sociedade impregnada pela ideologia capitalista, baseada na lógica do individualismo, do consumismo, do imediatismo e da competição.
E ainda, no M.E um fator que dificulta a luta é a estrutura da maioria das entidades, baseada no tripé assembléia-conselho-diretoria verticalizada. Este tripé é importante e deve ser usado, mas enquanto único método de organização coletiva é insuficiente, pois a participação dos estudantes se restringe basicamente à decisão do voto e da maioria. Assim, não incorpora neste processo, a lógica das construções permanentes, de responsabilidade com as decisões e com o acúmulo coletivo, o que acaba sobrecarregando algumas diretorias. O M.E. precisa fazer este debate sobre suas estruturas.
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