populismo
substantivo masculino1. simpatia pelo povo. 2. lit corrente estética e literária que busca assuntos e temas para suas obras junto ao povo mais simples, que ali é retratado com simpatia.
POLITICAMENTE o termo populismo é utilizado para designar um conjunto de práticas políticas que consiste no estabelecimento de uma relação direta entre as massas e o líder carismático para se obter apoio popular, sem a intermediação de partidos políticos ou entidades de classe.
Assim, o "povo", como categoria abstrata, é colocado no centro da ação política, independentemente dos canais próprios da democracia representativa. Exemplos típicos são o populismo russo do final do século XIX, que visava transferir o poder político às comunas camponesas por meio de uma reforma agrária radical ("partilha negra"), e o populismo americano, que, na mesma época, propunha o incentivo à pequena agricultura através da prática de uma política monetária baseada na expansão da base monetária e do crédito (bimetalismo).
Historicamente, no entanto, o termo populismo tornou-se uma força importante na América Latina, principalmente a partir de 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam firmemente o poder político na mão de aristocracias rurais. Daí a gênese do populismo, no Brasil, estar ligada à Revolução de 1930, que derrubou a República Velha oligárquica, colocando no poder Getúlio Vargas, que viria a ser a figura central da política brasileira até seu suicídio, em 1954.
O populismo é uma retórica e um movimento político que tenta ganhar o apoio popular pela reprodução de um discurso que defende a “vontade do povo” contra uma elite. Esta retórica pode-se encontrar na esquerda mas também é facilmente recuperada com um programa de direita. Com a situação de crise económica e política que enfrentamos no nosso país e no resto da Europa, o crescente descontentamento de largas partes da população com as desigualdades e injustiças sociais abre uma crescente base social de apoio para este discurso. Este Populismo porém traz vários problemas.
O seu principal problema é que cria uma distinção vaga entre “o povo” e “a elite”. Esta descrição não está porém baseada numa análise profunda do sistema capitalista atual. A elite geralmente é equalizada com a elite política dominante, ou mesmo com o sistema político no seu todo. Este tipo de descrição ignora o facto que o fundamento da nossa sociedade é capitalista, e que o poder da classe dominante e sua posição hierárquica na sociedade se baseia na acumulação de capital. A elite política e o estado capitalista, neste sentido só são instrumentos que podem servir os interesses desta classe dominante.
Em entrevista à TV Infobae, o analista político guatemalteco Gloria Alvarez, diretor do projeto National Civic Movement (MCN) da Guatemala, disse: "Um dos grandes problemas do populismo é que, quando um de seus representantes é poder, psicologicamente atento à auto-estima dos governados". Alvarez tinha revolucionado redes sociais e populismo desmascarado na América Latina com um discurso no Parlamento Ibero-Americana da Juventude realizada na cidade espanhola de Zaragoza discurso.
"O populismo procura desmantelar as instituições e depois reescrever constituições para acomodar os caprichos dos líderes corruptos que temos na América Latina", disse o diretor do Movimento Cívico Nacional da Guatemala."
"Por esta razão, o cientista político sugeriu, "populismo de desmantelar através da tecnologia, porque o debate esquerda-direita já é utilizado por mais populista do que as pessoas que estão tentando resgatar as instituições."
"Mas o populismo não chegou ao poder por acaso, e é também a nossa parte, não só denunciar as atrocidades cometidas contra o populismo nossas instituições, mas também reconhecer o péssimo trabalho de sistemas de governo que o precedeu e levou à absoluta populações de crise em desespero recorreram a esses líderes, por vezes através de meios democráticos e, portanto, justificar a sua permanência no poder ", acrescentou.
O descontentamento com os privilégios da classe política pode, por exemplo, ser transformado na exigência que os representantes políticos não poderiam ganhar mais que o salário médio de um trabalhador. Assim estes representantes vão sentir os próprios efeitos das suas políticas e consegue-se articular os interesses dos trabalhadores e dos seus representantes políticos.
As tarefas a serem traçadas não é de seguir os sentimentos do povo para ganhar popularidade, despolitizando o seu próprio discurso. A tarefa é de politizar estas vontades, transformando a “vontade do povo” na defesa do interesse das classes. É preciso parar o incentivo da guerra entre classes para que o povo fique consciente dos seus verdadeiros interesses. O papel da política deveria ser de guiar e liderar a transformação destas vontades em vez de a seguir.
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